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A palavra neutra 3x



Por Rodrigo Almeida

Numa primeira visão desatenciosa, presa a uma mera busca vanguardista (o que era – é? – determinante no meu olhar durante minhas incursões pelo cinema da década de 60), não me parece muito difícil achar, atualmente, Jules e Jim (França, 1962), de François Truffaut um filme bobo. Talvez bobo até demais. Também não me parece muito difícil ainda no ritmo desse primeiro lampejo, refletir como a fortuna crítica dessa produção elogiada repetidamente desde seu lançamento até hoje – soa um tanto excessiva, deslumbrada. As contemporâneas me parecem ainda mais idiotas cheias de repetições e repetições como se ainda estivessem em 1961. Afe Maria, como diria minha avó. Se formos ser sensatos e estabelecermos uma comparação próxima, o trabalho do cineasta francês se mostra pouco ousado diante do cinema que era produzido por seus contemporâneos (de Nouvelle Vague ou de não-Nouvelle Vague). E não tenho como negar que desde sempre me acostumei a preferir Godard à Truffaut, Resnais à Truffaut, Bresson à Truffaut mantendo uma imensa dívida por não conhecer melhor os cinemas de Eric Rohmer, Claude Chabrol e Jacques Rivette para poder seguir com a lista ou diminuí-la vertiginosamente. Para mim, o próprio Truffaut-crítico se destaca diante do Truffaut-cineasta.

Nunca disfarcei uma antipatia enorme pela simpatia enorme de François; sempre o considerei extremamente conservador e monotemático, tomando como parâmetro a diversidade e a ousadia das produções Continuar lendo